terça-feira, 24 de março de 2009

Vida Vívida



Quem disse que sou um covarde Sucumbindo ante as dificuldades? Quem disse que sou corpo feito de alimentos? A Vida não é figura de cera, não é figura de gesso. Eu sou ciclone, sou furacão, sou redemoinho. Eu transformo o ambiente, como se dobrasse um arame, No aspecto que eu desejo. Eu sou uno com a poderosa força Que criou o Universo. Eu sou a própria energia Que da atmosfera faz o relâmpago, Que transforma os raios solares em arco-íris, Que faz eclodir do negro solo as rubras flores, Que faz explodir os vulcões. E que criou o sistema solar a partir da nebulosa. Que é ambiente? Que é destino? Na hora exata, quando eu quiser, Eu me liberto do mais triste destino Como o peixe que se esgueira pelas fendas. Não sou ferro, Não sou argila, Sou Vida. Sou energia viva. Não sou matéria inerte Moldado pela situação Ou pelo destino. Eu sou como o ar: Quanto mais comprimido for, Mais força manifesto. Tal como a bomba explode a rocha. Eu sou Vida que, No momento certo, Rompe impetuosamente a situação ou destino. Sou também como a água. Nenhuma barreira poderá represar-me. Se barrarem a minha passagem Colocando grandes pedras no meu leito, Converter-me-ei em torrente, cachoeira, E saltarei impetuosamente. Se me fecharem todas as saídas, Eu me infiltrarei no subsolo. Permanecerei oculto por algum tempo, Mas não tardarei a reaparecer. Em breve estarei jorrando Através de fontes cristalinas Para saciar deliciosamente a sede dos transeuntes. Se me impedirem também de penetrar no subsolo Eu me transformarei em vapor, Formarei nuvens e cobrirei o céu. E, chegando a hora, Atrairei furacão, provocarei relâmpagos e trovões, Desabarei torrencialmente, inundarei e romperei Quaisquer diques e serei finalmente um grande oceano.


Masaharu Taniguchi

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